A estiagem não é um problema que castiga apenas o Nordeste brasileiro, os reservatórios do estado de São Paulo, no Sudeste do País, estão em colapso devido à falta de chuvas ou sua intermitência.

O sistema Cantareira, que abastece mais de nove milhões de paulistanos, está com o menor volume de água desde o início das medições oficiais na década de 70. O reservatório encontra-se atualmente com apenas 19,8% da capacidade. Níveis abaixo de 20% configuram-se situação extrema. Mesmo com a situação preocupante, o Governo de São Paulo ainda não fala em racionamento de água, aposta em campanhas práticas, que afetam diretamente o bolso do consumidor, para conscientizar a população a não desperdiçar água e reduzir o consumo.

A campanha lançada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) funciona da seguinte maneira: os consumidores que conseguirem reduzir em 20% o uso de água terão um desconto de 30% na conta. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas da Paraíba (STIUPB), Wilton Maia Velez, os governantes da região Nordeste deveriam se espelhar no modelo adotado pelos paulistas para combater o desperdício de água e evitar o racionamento. “Fazer campanhas de conscientização, sem dar nenhum desconto ou benefício ao consumidor não surte efeito. Para incentivarmos o consumo consciente e reduzirmos o desperdício temos que dar descontos na conta de água dos consumidores que conseguirem reduzir o uso da água, além de realizar uma forte campanha de educação ambiental”, afirmou.    

Atualmente, segundo dados da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa), o açude Epitácio Pessoa, na cidade de Boqueirão, que abastece Campina Grande e mais cerca de 20 municípios, está com apenas 143 milhões de metros cúbicos de água, o que representa 34,8% da sua capacidade total.  “Esse era o momento de implementar aqui uma campanha como a do estado de São Paulo para evitarmos o racionamento daqui uns meses. Outra medida que deveria ser tomada, não só no Açude de Boqueirão, mas também em outros açudes que estão com o nível baixo, era fazer a limpeza deles evitando assim o assoreamento, ou seja, o acumulo de resíduos sólidos acumulados ao longos dos anos. Para quando iniciar o período chuvoso,  a captação e armazenamento d'água possa ser maior”, comentou Wilton Maia.

DICAS PARA ECONOMIZAR

Cozinha

- Jogue fora todos os restos de comida de pratos e panelas antes de lavá-los

- Só ligue a máquina de lavar louça quando estiver com sua capacidade total

- Ao lavar louça, ensaboe tudo que tem que ser lavado e, então, abra a torneira para novo enxágue

- Deixe as verduras em água com um pouco de vinagre por alguns minutos antes de lavar

Banheiro

- Mantenha a torneira fechada enquanto escova os dentes

- Não tome banhos demorados

- Não utilize o vaso sanitário como lixeira. Consomem-se de seis a dez litros de água ao acionar a válvula de descarga por seis segundos

Área de serviço

- Utilize a máquina de lavar somente quando estiver na capacidade total. Uma lavadora de cinco quilos gasta 135 quilos de água a cada uso

- Para roupas lavadas à mão, deixe as roupas de molho e use a mesma água para esfregar e ensaboar

Jardim e varanda

- Use um regador para molhar as plantas em vez de utilizar a mangueira

Calçada e carro

Adote o hábito de usar a vassoura, e não a mangueira, para limpar a calçada e o pátio da sua casa.

Lavar calçada com a mangueira é um hábito comum e que traz grandes prejuízos. Em 15 minutos são perdidos 279 litros de água.

Se houver uma sujeira localizada, use a técnica do pano umedecido com água de enxágüe da roupa ou da louça.

Use um balde e um pano para lavar o carro ao invés de uma mangueira. Se possível, não o lave durante a estiagem (época do ano em que chove menos).

Muita gente gasta até 30 minutos ao lavar o carro. Com uma mangueira não muito aberta, gastam-se 216 litros de água. Com meia volta de abertura, o desperdício alcança 560 litros. Para reduzir, basta lavar o carro somente uma vez por mês com balde. Nesse caso, o consumo é de apenas 40 litros.

*Com informações da Folha de São Paulo e da Sabesp