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Os trabalhadores da Companhia de Água e Esgoto da Paraíba (CAGEPA) estiveram paralisando as atividades em diversos municípios do estado, nesta sexta-feira (19). A paralisação foi o método encontrado pelos trabalhadores para tentar barrar os ataques da CAGEPA a direitos históricos da categoria.
No último dia (15), a CAGEPA e Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas da Paraíba (STIUPB) -que representa os trabalhadores da Companhia em todo o estado, com exceção da cidade de João Pessoa- estiveram reunidos em mesa redonda, para dar prosseguimento as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2016/2018, que já se estendem desde o mês de abril. Na ocasião, a empresa mostrou uma postura intransigente, se negando a continuar as negociações e tentando impor um acordo sem diálogo e que traz um pacote de malefícios aos trabalhadores.
Direitos como o auxílio transporte e o adicional de insalubridade, protegidos pela legislação trabalhista estão sendo ameaçados na proposta oferecida pela empresa. Além disso, a empresa propõe aumentar a jornada de trabalho. “Aí reside o impasse principal. Esta proposta da CAGEPA, além de imoral, é ilegal. Nós não vamos aceitar um acordo que ponha em risco a vida do trabalhador” disse o presidente do STIUPB. Segundo ele, mesmo com a negativa da empresa em negociar com a categoria, o sindicato continuará buscando o diálogo e irá solicitar a intervenção do Ministério Público do Trabalho para que a empresa volte a negociar.
A paralisação, teve início as 07 horas desta sexta-feira, e foi aderida por trabalhadores dos munícipios de Campina Grande, Boqueirão, Catolé do Rocha, São Bento, Paulista, Santa Luzia, Patos, Sumé, Guarabira, Gramame e demais localidades do estado, com exceção de João Pessoa.
Os trabalhadores demonstraram união e compromisso com a luta, participando da atividade, e do trabalho de conscientização com a população. Indignados com os ataques da empresa, cruzaram os braços e deixaram claro suas insatisfações com a perca de direitos proposta pela CAGEPA.
Entre falas e posicionamentos, a categoria se mostrou abertamente mobilizada para o diálogo, e tentou se manifestar de forma que não prejudicasse a população, que já sofre com a péssima gestão da empresa e a crise hídrica. Foi reiterado o compromisso de defender uma CAGEPA publica e estatal, que preste um serviço de qualidade aos paraibanos.
A empresa, por sua vez, tentou intimidar, assediando e ameaçando diversos trabalhadores que lutavam apenas pelo que é de fato e de direito deles. Inclusive, o presidente da Companhia, o senhor, Marcus Vinícius, chegou a condenar em entrevista cedida a uma rádio durante o dia, a livre manifestação dos trabalhadores, utilizando termos para rotular e marginalizar os companheiros. Postura diferente das mesas de negociações, onde o próprio não se dispunha a avaliar as reivindicações da categoria, quando o mesmo se fazia presente.
Em dado momento da manhã, após denuncias da empresa, o companheiro Josenildo da cidade de Sapé, foi conduzido de forma truculenta pela polícia após se negar a operar seu sistema de trabalho, sendo acusado de crime de peculato. Mais uma demonstração clara de como a empresa trata seus funcionários, e os priva da livre manifestação. O setor jurídico do STIUPB imediatamente entrou em ação e conseguiu a libertação do companheiro horas depois.
Para o presidente do STIUPB, Adriano Teixeira, o dia de hoje ficou claro o posicionamento de ambos os lados. Os trabalhadores mobilizados para defender seus direitos e a empresa desferindo ataques a categoria, e reiterou o compromisso dos trabalhadores na atividade. “ Os trabalhadores estão de parabéns, mostraram uma força e unidade sem tamanho na defesa dos seus direitos, agora é manter-se firme, e continuar tentando o diálogo sem retroceder na pauta”.
Os trabalhadores voltarão a se reunir em assembleia e deliberar os próximos passos, caso a empresa mantenha sua posição intransigente, novas paralisações irão acontecer, e caso se mantenha as negociações infrutíferas, pode se encaminhar uma greve.
Confira imagens da paralisação:![]()
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