Na condição de participante do evento “SOS Transposição – Grito do Nordeste”, no último domingo, 1º, na cidade de Monteiro, o presidente do Sindicato dos Urbanitários da Paraíba, Wilton Maia Velez, avaliou que o evento cumpriu seu objetivo principal que foi o de mostrar ao Governo Federal e a quem for de direito que o Canal da transposição do Rio São Francisco para nosso Estado apresenta sérios problemas em sua estrutura e que a suspensão do bombeamento poderá prejudicar milhares de pessoas brevemente.

“O evento não era pra bater recorde de pessoas, buscar romper número de participantes em relação a manifestações similares ou que foram realizados em outras épocas. Lá estiveram atores políticos e também representantes de várias correntes da vida social, sindicatos de várias categorias que foram cobrar do Governo Federal respeito ao Nordeste e, sobretudo, à vida humana. E isso foi dito em todos os discursos”, destacou o presidente do Stiupb.

Em postagem nas redes sociais, Wilton Maia afirmou que a Transposição está com sérios problemas que não chegam ao conhecimento público. “Sem água, os canais estão colapsando, sobretudo os que foram construídos nas pressas quando Campina estava em crítico estado de estresse hídrico. A obra foi acelerada, adaptada e sem que houvesse a cura da concretagem, sem a proteção contra infiltrações adequadas. O caso é muito sério, ontem (dia 1º), o SOS não foi só uma questão de política doméstica, mas também um questão estratégica, da geopolítica nacional e até internacional”.

Outra preocupação dos que fazem o Stiupb recai justamente em relação ao Açude Epitácio Pessoa – o Boqueirão, que abastece Campina Grande e mais 18 municípios. A cidade passou por racionamento severo e si foi revitalizado graças as águas do Velho Chico meses atrás.

Com o bombeamento suspenso, o reservatório está perdendo carga rapidamente, podendo chegar a 20% da sua capacidade com o fim do nosso regime de chuvas. “Se não houver a volta da recarga por intermédio da Transposição, Boqueirão poderá atingir 11 ou 12% em março de 2020, com possibilidade de volta do racionamento novamente”, lamentou Wilton Maia.

DO EVENTO – O SOS Transposição contou com as presenças do ex-governador Ricardo Coutinho, idealizador do evento; o ex-candidato a Presidente da República, Fernando Haddad; a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann; o Senador Veneziano Vital; os deputados federais Gervásio Maia e Damião Feliciano; entre outros.

Durante o ato, o ex-ministro Fernando Haddad (PT), que esteve na inauguração popular de dois anos atrás, destacou a força do povo sertanejo e lembrou de alguns programas sociais dos governos de Lula e Dilma, traçando um contraponto com o governo de Jair Bolsonaro.

“O que está acontecendo aqui na transposição é tão grave quanto a questão da Amazônia. O mundo precisa olhar pra cá também. Bolsonaro é sangue ruim, não gosta do povo. Deveria estar aqui prestando contas dos motivos de ter parado a obra. Ele acha que ofende alguém chamando de “paraíba”. Ofensa é alguém chamar a gente de Bolsonaro. Quando Bolsonaro corta a água da transposição ele não tá acabando com a água apenas, aqui têm escolas, universidades, que também dependem desse abastecimento. Os investimentos dos governos do PT no Nordeste trouxeram grandes resultados para esse povo batalhador. Todo dia, a gente vê nordestino sendo aprovado nos grandes centros de excelência, em universidades federais, conquistando prêmios e realizando sonhos”, destacou Haddad. .

Diversos diretores do Stiupb, de Campina Grande, bem como do sertão e de outras partes do Estado, também se fizeram presentes ao SOS Transposição.

Confira algumas fotos do evento:

Com o cantor Chico César

Autor das fotos: Wilton Maia