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O presidente do Sindicato dos Urbanitários da Paraíba – Stiupb, Wilton Maia Velez, participou, na tarde desta quinta-feira, 5, de uma reunião no sindicato, para discussão da proposta de criação de um comitê interinstitucional paraibano para tratar da questão dos venezuelanos refugiados no estado da Paraíba. O objetivo da proposta é integrar em um comitê as redes de trabalho existentes nos municípios de Conde, João Pessoa e Campina Grande.
A proposta do comitê é reunir, mensalmente, órgãos governamentais e não governamentais de todo o estado da Paraíba para discutir e decidir sobre cada pauta dos refugiados venezuelanos, realizando ações e projetos de maneira conjunta, tendo em vista a complexidade que envolve o processo de inclusão social e garantia de direitos dos venezuelanos.
Entre outros presentes, participaram da reunião: representantes da Defensoria Pública Estadual, OAB Paraíba e OAB Subseção Campina Grande, além do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Rede Povos da Terra da Paraíba, Cáritas Regional NE-2.
Diversos representantes das entidades usaram da palavra e falaram da lutas em defesa, não apenas das pessoas da Venezuela, mas também de famílias oprimidas e que aguardam ajuda do Estado.
Osvaldo Bernardo, do MAB Paraíba, elogiou o presidente Wilton Maia em tirar uma parte dos venezuelanos das ruas e levá-los para o sindicato: Osvaldo também se declarou refugiado, uma vez que ele e mais 2 mil famílias 10 anos foram expulsas de suas terras para dar lugar à barragem de Acauã.
A chegada de venezuelanos à Paraíba começou há dois anos, primeiro nas cidades de João Pessoa e Conde, no litoral do estado, onde foi criada rede de atenção formada por vários órgãos para a promoção dos direitos humanos e acolhimento a refugiados e migrantes. No entanto, com o incentivo à interiorização em 2020 realizado pelos órgãos do estado, em parceria com a ONU, o fluxo migratório se intensificou e eles chegaram também à Campina Grande nos últimos dois meses.
Conforme as informações divulgadas pela Rede de Trabalho de Campina Grande Junto aos Povos Venezuelanos Refugiados, um grupo de voluntários da sociedade civil em Campina Grande se organizou para prestar assistência todos os dias, no terminal rodoviário da cidade, a todas as famílias indígenas venezuelanas waraos e, desde 13 de fevereiro, há uma família abrigada no Sindicato dos Urbanitários (Stiup), no município.
Ainda segundo a rede de trabalho formada em Campina Grande, há na cidade 27 venezuelanos refugiados não indígenas, recebendo assistência da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e da própria rede.
Estruturada nos últimos dois meses para uma articulação sócio-política em prol da interiorização do povo warao e demais refugiados venezuelanos, a rede de trabalho de Campina Grande é formada pelo Movimento Atingidos por Barragens (MAB), STIUPB, Comissão de Direitos Humanos da OAB subseção Campina Grande, Rede Povos da Terra da Paraíba, Cáritas Regional NE-2 e um grupo de pessoas da sociedade civil.
